3 de agosto de 2008

Certo e Errado

Esta manhã, ao acordar, liguei a televisão procurando por canais que pudessem me entreter. E nesta busca encontrei um seriado que começara naquele momento. Apesar de não tê-la visto antes, foi fácil entender o contexto. Durante a fase inicial, um dos personagens narrava alguns pensamentos que lhe convinham e foram esses pensamentos que me chamaram a atenção. Mais ou menos, ele dizia:

"(...) o que é certo ou errado? Existe isso? Ou tudo é negociável? Será que isso tem alguma importância?(...)"

Durante toda a existência humana, fomos cercados do que fazer e o que não fazer. Cada época trazia seus conceitos formados e tabus inquestionáveis. Alguns deles foram quebrados, e isso foi um grande passo para a uma nova geração. Exemplo: para mim, como mulher, o voto, o emprego fora de casa, a escolaridade gradual e outros fatores, foram importantes, pois vejo como mulheres contemporâneas ou não puderam mostrar seu valor e construir novos conceitos e derrubar muitos preconceitos - apesar de ainda haver uma falsa aceitação em algumas áreas.
A maneira de vestir-se também mudou. Durante alguns séculos a roupa era pesada e sem conforto (para as mulheres), e atualmente, pode-se fazer seu próprio "look" conforme o gosto. E isso já é motivo de abuso, em alguns casos. Mas é o caráter que molda o cidadão e a cidadã. Seu caráter em definir o que é luxo e o que é lixo. Mas como definir isso?

Na minha opinião, viveu-se muito tempo embaixo de leis ignorantes, seja no sentido social ou eclesiástico. Eram leis inquestionáveis, ditadas por um minoria poderosa que, em sua maioria, não tinha moral para as ditar. Eram leis que favoreciam poucos e "maltravam" muitos. Eram guerras fomentadas por mesquinharias, e o nome de Cristo e de Deus estiveram envolvidos como uma causa a ser defendida.

Quando o momento de romper com essas condutas chegou, uma "liberdade" foi conquistada para saudar uma nova era. Assim como a Reforma Protestante mudou a visão de um povo, a Ditadura que em nosso país viveu, abriu um caminho para a Democracia.

E tudo que se viveu, em suas circunstâncias, foi para promover o certo e o errado.

E, hoje em dia, a Igreja não exerce poder e o Governo não moral para honrar a nação.

Mas ainda há a família. Família? Sim, é quando duas pessoas se unem em um compromisso de honrar, respeitar e amar em seja qual for a situação.

Igreja, Governo e Família. São os três poderes que exerciam, e alguns ainda exercem sobre nós. O que ouvir, o que vestir, o que falar, em quem confiar, etc.

Eu vejo, atualmente que esses três "poderes" não são mais vistos com respeito. Algumas vezes a responsabilidade recai sobre eles, outras vezes somos nós que não trocamos nossas idéias e conceitos e vivemos dentro de um tempo retrógrado.

Vejo a Igreja maculada. Acredito que em cada tempo ela teve pessoas que zelavam por ela como uma noiva. Um poder que merecia respeito e, primeiramente, valores morais a imagem e semelhança de Deus. Mas vejo que, como hoje, muitos usam o nome de Deus e suas promessas e palavras para barganhar algo. E isso é podre.

No governo, existiam aqueles que procuravam promover o bem para uma comunidade. Que buscavam melhorar uma situação miserável. Prefiro acreditar que ainda existam essas pessoas.

A família está declinando a cada momento. O que foi um presente de Deus ao homem: viver com alguém idôneo, gerar filhos dessa união e desfrutar de um sexo sadio com o parceiro, tudo isso se tornou descartável. A mulher foi oprimida por muito tempo, colocada em casamentos não desejados: ora por obrigação da família, ou por uma criança gerada sem preparo. Quando ela percebeu que tem o poder de decidir sobre o que fazer, a maioria preferiu não o fazer mais porque julgam ser uma prisão: não se pensa, não se age, não se cresce, e não há liberdade. A independência é primacia. Não vejo nada de mal em querer ser independente. É saudável, desde que não diminua o semelhante. Espero por um marido que seja o cabeça da casa, mas que em nenhum momento ele me oprima ou me cale num silêncio doente por achar que somente ele é o dono da razão. Acredito que um casamento sadio é quando dois pensam as mesmas idéias para o bem comum, quando dois agem para o bem comum, e crescem para o bem comum, e desfrutam de um sexo sadio para o prazer comum. Isso, ao meu ver, é casamento. Você se casa, não por obrigação, nem por descuido, mas para construir uma vida melhor ao lado de alguém que você julga ser ideal para construir um lar e educar filhos semelhantes.

Quando se pensa mais em si próprio do que no semelhante, o certo é somente o que é bom para si próprio, e o errado é tudo aquilo que vai contra a vontade própria. Se eu não puder ser feliz do jeito que satisfaz o ego, é porque alguma coisa ERRADA aconteceu.

Esse é o meu ponto de vista.

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