29 de julho de 2010

Braço Forte

Esses dias estava fazendo o meu devocional e achei D+ a aplicação que o cara fez. Vejam só: a passagem era Êxodo 2: 11-15 e 3: 7-12.

A primeira passagem relata Moisés matando um egípcio porque ele maltratava um escravo hebreu e, a segunda passagem é Deus mandando Moisés para o Egito para tirar o seu povo da opressão.

Realmente, eu poderia parar aqui porque vocês já entenderam onde eu quero chegar (e onde o cara do devocional chegou).

Quantas vezes, eu e vocês tentamos usar a força para fazer algo?

Quando vemos alguém ser oprimido o nosso "senso de justiça" aflora. Queremos justiça.E quando somos nós os oprimidos? Uma expressão que gosto de usar é: "Estou com gosto de sangue na boca". 


Somos justiceiros natos. Temos prazer em atirar a primeira pedra.

Para Moisés, ver ser o seu povo oprimido era inadmissível! Algo precisava ser feito. Ele fez, mas fez errado.

Deus também viu o seu povo escolhido ser oprimido. Ele não era indiferente a isso. Porém, Deus, em sua sabedoria, sabe a "hora de agir".

E Ele fez Moisés voltar a "cena do crime". Mas o diferencial é que agora Deus estava guiando Moisés. Ele estava no comando. Moisés faria justiça ao povo porque Deus estava no comando.

Eu lembro das vezes eu me deixei guiar por minha própria força.
Quantas vezes eu fiz justiça com as próprias mãos (mesmo depois da conversão).

E deixar Deus guiar não é fácil. Não é fácil deixar de ser egoísta, orgulhosa e vaidosa. Pensar como Deus é algo sobrenatural. Porém, não esqueçamos que o Espírito Santo nos guia para termos uma visão daquilo que Deus espera de nós. Temos a graça de sermos revestidos (conf. Efésios 6:13-18). Tudo isso exige dedicação e também TRANSFORMAÇÃO DE PENSAMENTO (Romanos 12:2). Lembro da pregação que fiz sobre Josué 1:
força, coragem e muito ânimo.
Sem dedicação a meditação bíblica não podemos conhecer quem é Deus e o que Ele quer.
Sem transformação não podemos agir conforme a vontade de Deus. E essas duas coisas (entre tantas outras), exige força, coragem e muito ânimo, porque a tendência humana é desanimar na primeira curva ou no primeiro tropeço (nosso ou do próximo).

Podemos ser como Moisés no capítulo 2: fugitivo.
Podemos ser como Moisés no capítulo 3: resgatadores.

Quem você quer ser?

21 de julho de 2010

Tranquilidade!


Faz muito tempo que eu não escrevo nada por aqui! Que vergonha!


Hoje eu quero refletir sobre uma coisa chamada "tranquilidade". Quero escrever porque senti o oposto dela durante um tempo.

Tempos atrás eu conversei com uma amiga sobre como a minha vida estava boa. Então, ela me questionou: boa ou confortável? Pensando sobre o que ela me disse eu percebi que estava confortável naquela situação. Faculdade, trabalho, igreja. Tudo bem calmo.

Foi depois dessa conversa que eu decidi assumir uma situação que não traria conforto. Com certeza eu sentiria dúvidas, medo, aflição, ansiedade: muita agitação.
Orei a respeito. Chamei pessoas para orarem comigo. Não queria tomar nenhuma decisão precipitada.

E a resposta veio.

Desde maio estou vivendo fora do meu conforto. Estou experimento situações e sensações boas e desconfortáveis. Vivo no limite das minhas emoções. E tento aprender com cada uma.

Questiono a mim mesmo se entendi a resposta de Deus, ou se estou fazendo isso por capricho.

Choro, fico com raiva e desesperada. Quero largar mão de tudo e voltar para o meu conforto. Porém, largar tudo faz eu voltar a uma vida que eu já não me identifico mais.
Minha tranquilidade foi abalada. Minha zona de conforto dissipada. Estou nua nessa situação.

Mas é nessa situação que eu sinto Deus. Na raiva que é aplacada. No choro que se torna consolo. Na noite tranquila. Sinto o Espírito Santo de Deus me movendo e me transformando.

E, daquelas vezes que penso em fugir o mais rápido que posso, eu lembro de Abraão. Não me comparo a ele, mas na confortável Ur que foi deixada para trás rumo a um lugar desconhecido.
Se me perguntar se eu sei para onde estou indo, eu digo: não sei. Se vai valer a pena: não sei. Mas eu estou mudando. Meu lado egoísta e mesquinho está sendo esmagado, e não sem dor e choro. Não é fácil abrir mão de si, não é fácil esquecer do próprio conforto para que outro se sinta confortável. Não é fácil pisar no EU que teima em ser enaltecido e lustrado.

Esses dias um professor entrou na sala de aula para cumprimentar a classe e, em uma das falas, ele citou John Wesley: "Minha paróquia é o mundo". E não podemos esquecer que o mundo não é fácil. Não é conforto da igreja onde falamos e as pessoas creditam valor. Somos feitos para sermos jogados em um lugar hostil. Somos feitos para sermos a luz e o sal. E, ao meu ver, isso é desconfortável.

Então, eu pensei na Paz que Jesus deixou (Jo. 14:23). Somos capazes de viver esta paz? Queremos ela agora? Hoje?
Eu penso na paz de Jesus como algo além desta vida. Não é uma paz do agora. Ou melhor, é uma paz do agora-ainda-não.

Penso em milhares (de cristãos) que buscam o conforto agora. O sucesso pleno nesta vida. É mais ou menos desta forma que vejo a paz de Jesus: Férias.
Trabalho o dia todo: sou contrariada, sou aceita, erro e acerto. Como, bebo. Rio e choro. Eu vivo neste período, mas ainda não é o tempo que almejo. Almejo férias. E tenho um longo período a trabalhar enquanto ela não chega.

A vida na fé é parecida: não estou aqui para tirar férias. Estou aqui para trabalhar (Ir e pregar o Evangelho); as férias (muito prolongadas e cheias de paz plena) virão. Quanto tempo? Não sei, mas Deus sabe (Salmos 139:16).

Estou aprendendo a viver fora do meu ex-adorável conforto. Estou aprendendo a confiar em Deus e não em mim e nos meus pré-conceitos.
Li um livro do C.S. Lewis (Anatomia de uma dor: um luto em observação) e ele escreveu sobre confiar em Deus quando, realmente, precisamos confiar em Deus. Ele compara isso a uma corda. Confiamos que a corda aguentará o nosso peso, porém, quando, realmente, confiar que ela o suportará, duvidamos.


Não sei se este texto faz sentido para quem o ler. Mas faz sentido para mim e meu momento.