27 de setembro de 2011

O Silmarillion

Eu sou completamente apaixonada por esse livro! Foi difícil (primeira leitura) "ele" me convercer; mas agora eu sou louca por "ele". Quando eu leio esse texto, não é só da história de Abraão e Isaque que vem a minha mente, mas é o amor e misericórdia de Deus conosco. Ilúvatar não permitiu que Aulë destruísse a criação (os Anões mas ñ tirou a responsabilidade de Aulë de cuidar e zelar por aquilo que criou e também se receber as consequências pelo seu ato. Deus age assim conosco, ao meu ver: permite que façamos algo "escondido" dEle; mas no Seu amor, Ele nos "encarrega" de vivermos conforme nossa escolha - não permitindo que sejamos mimados, mas que sejamos moldados para ser sábios em nossas escolhas futuras. Deixo um dos vários trechos que gosto "De Aulë e Yavanna", Ósculos e Amplexos, Adelita

"Dizem que no início os anões foram feitos por Aulë na escuridão da Terra-média. Pois, tão grande era o desejo de Aulë pela vinda dos Filhos, para ter aprendizes a quem ensinar suas habilidades e seus conhecimentos, que não se dispôs a aguardar a realização dos desígnios de Ilúvatar. E Aulë criou os anões, exatamente como ainda são, porque as formas dos Filhos que estavam por vir não estavam nítidas em sua mente e, como o poder de Melkor ainda dominasse a Terra, desejou que eles fossem fortes e obstinados. Temendo, porém, que os outros Valar pudessem condenar sua obra, trabalhou em segredo e fez em primeiro lugar os Sete Pais dos Anões num palácio sob as montanhas na Terra-média. Ora, Ilúvatar soube o que estava sendo feito e, no exato momento em que o trabalho de Aulë se completava, e Aulë estava satisfeito e começava a ensinar aos anões a língua que inventara para eles, Ilúvatar dirigiu-lhe a palavra; e Aulë ouviu sua voz e emudeceu. E a voz de Ilúvatar lhe disse: - Por que fizeste isso? Por que tentaste algo que sabes estar fora de teu poder e de tua autoridade? Pois tens de mim como dom apenas tua própria existência e nada mais. E, portanto, as criaturas de tua mão e de tua mente poderão viver apenas através dessa existência, movendo-se quando tu pensares em movê-las e ficando ociosas se teu pensamento estiver voltado para outra coisa. É esse teu desejo? - Não desejei tamanha ascendência – respondeu Aulë. - Desejei seres diferentes de mim, que eu pudesse amar e ensinar, para que também eles percebessem a beleza de Eä, que tu fizeste surgir. Pois me pareceu que há muito espaço em Arda para vários seres que poderiam nele deleitar-se; e, no entanto, em sua maior parte ela ainda está vazia e muda. E, na minha impaciência, cometi essa loucura. Contudo, à vontade de fazer coisas está em meu coração porque eu mesmo fui feito por ti. E a criança de pouco entendimento, que graceja com os atos de seu pai, pode estar fazendo isso sem nenhuma intenção de zombaria, apenas por ser filho dele. E agora, o que posso fazer para que não te zangues comigo para sempre? Como um filho ao pai, ofereço-te essas criaturas, obra das mãos que criaste. Faze com elas o que quiseres. Mas não seria melhor eu mesmo destruir o produto de minha presunção? E Aulë apanhou um enorme martelo para esmagar os anões, e chorou. Mas Ilúvatar apiedou-se de Aulë e de seu desejo, em virtude de sua humildade. E os anões se encolheram diante do martelo e sentiram medo, baixaram a cabeça e imploraram clemência. E a voz de Ilúvatar disse a Aulë: - Tua oferta aceitei enquanto ela estava sendo feita Não percebes que essas criaturas têm agora vida própria e falam com suas próprias vozes? Não fosse assim, e elas não teriam procurado fugir ao golpe nem a nenhum comando de tua vontade. Largou, então, Aulë o martelo e, feliz, agradeceu a Ilúvatar, dizendo. - Que Eru abençoe meu trabalho e o corrija. Ilúvatar voltou a falar, entretanto, e disse: - Exatamente como dei existência aos pensamentos dos Ainur no início do Mundo, agora adotei teu desejo e lhe atribuí um lugar no Mundo; mas de nenhum outro modo corrigirei tua obra; e, como tu a fizeste, assim ela será. Contudo não tolerarei o seguinte: que esses seres cheguem antes dos Primogênitos de meus desígnios, nem que tua impaciência seja premiada. Eles agora deverão dormir na escuridão debaixo da pedra, e não se apresentarão enquanto os Primogênitos não tiverem surgido sobre a Terra; e até essa ocasião tu e eles esperareis, por longa que seja a demora. Mas quando chegar a hora, eu os despertarei, e eles serão como filhos teus; e muitas vezes haverá discórdia entre os teus e os meus, os filhos de minha adoção e os filhos de minha escolha. Então Aulë pegou os Sete Pais dos Anões e os levou para descansar em locais bem afastados; voltou em seguida a Valinor e esperou os longos anos transcorrerem". O Silmarillion, Ed. Martins Fontes, p.39-41

6 de setembro de 2011

desabafo


Desde que eu me lembro, eu gosto de escrever.

Desde criança eu já escrivia nas paredes da minha casa (terror para minha mãe). Depois, aprendi a escrever em diários - e ainda escrevo, mas com uma frequencia menor.
Aprendi a usar fotologs, blogs, site de relacionamento - de tudo um pouco que a net dispõe.

Olhando para este blog, fico pensando em que imagem constroem sobre mim. Uma amiga me disse que eu escrevo sempre parecendo revoltada (hahaha).
Eu já escrevi sobre tanta coisa. Olho para trás e me arrependo de algumas e outras tenho orgulho.

Escrever é mostrar a si mesmo. Ficar nua na frente de todos os leitores - se você for um escritor sincero.

Fica-se a merce dos outros - eles podem elogiar ou detonar sua idéia, mas ainda sinto vontade de escrever.

Não sei se um dia vou parar, mas enquanto puder, seja da forma de for, minha marca será registrada em letras, meus sentimentos estarão fisicamente retratados para quem os quiser ler. Não vou agradar a todos, mas quem consegue?

A regra é clara...


Eu já trabalhei em um lugar onde haviam 8 mulheres. E agora, trabalho em um lugar onde sou a única mulher entre 8 homens. Com essa experiência quero dizer que não há diferença: todos são seres humanos e gostam de fofoca. Vi as meninas falando entre si (mal) do trabalho de outras. Em cinco anos vejo a mesma cena entre os meninos com quem trabalho.

Hoje, enquanto fazia uma lista de assinatura para limpeza do banheiro (masculino, óbvio - eu sou absolvida - graças a Deus - dessa lametável tarefa) eu refleti sobre o quanto somos gamados em regras.

Havia sido acordado entre os rapazes que nas quartas-feiras e nas sextas-feiras é obrigatório a limpeza do banheiro - foi preciso separar os dias para cada turno.
Agora é preciso fazer uma lista para que eles dividam a dentro de cada turno. Seria tão mais simples e harmonioso apenas limpar o banheiro. Só limpar.

Existe esse senso de justiça falhado em nós que tira a harmonia em qualquer lugar, entre quaisquer sexos. Se eu faço, precisa haver algo que obrigue o outro a fazer.

A minha denominação é vista como uma igreja sem regras. Não impomos vestuário, nem dias da semana fixo para louvar, podemos comer de tudo, podemos tomar vinho sem culpa e por aí vai.

Desde pequena eu sei que, como cristã luterana, eu devo obediência. Aprendi isso nos cultos infantis com minhas tias de cultinho. Continuei crescendo neste aprendizado na minha adolescência através dos grupos de jovens que frequentei e, também, aprendi buscando por minha própria iniciativa.
E como ser humana, errei aqui e ali - e ainda erro.

O que eu vejo entre os meninos que trabalham comigo é que, se como comunidade cristã (geral) soubéssemos viver em sincera obediência aos dois mandamentos de Deus (Mateus 22:37-40), todas as listas seriam desnecessárias.