27 de julho de 2012

Suportar..

Estava a caminho de preparar uma xícara de chá para mim, quando lembrei de alguém que eu não gosto na Igreja. Não sei porque lembrei dela e porque esse pensamento chegou até mim; mas lembrei também de Efésios 4:2.

Efésios 4: 1- 6 trata sobre a unidade da fé. Paulo está rogando aos ouvintes para que sejam um em amor.

Mas temos uma grande dificuldade em falar sobre "amor". Muitos acham que "amor" é um sentimento natalino que dura o ano todo. "Amor" também é denotado como permitir e aceitar todas as coisas sem questionar ou repreender. "Amor", hoje em dia, pode ser tanta coisa e nada ao mesmo tempo.

Quando eu penso no amor lá de Efésios 4:2, eu creio que é um amor que aceita o próximo; e, essa aceitação, inclui não falar mal ou prejudicar o próximo.
Essa pessoa que eu não curto eu amo em Cristo - sem aquele friozinho na barriga que muitos associam ao sentimento, sem eufemismo ou confetes.

Suportar é amar! É olharmos para a pessoa que nos é "estranha" e saber que, mesmo não sendo a "miguxa" dela, ela e eu somos parte do corpo de Cristo, somos diferentes em alguns conceitos e teorias, mas Cristo está em nós.

Vamos encontrar, dentro e fora da Igreja, pessoas que teremos um convívio difícil de travar. Eu não me envergonho de declarar que não gosto de algumas pessoas que estão em minha comunidade - o que me incomoda e me envergonha é não assumir essa fraqueza, tão humana e comum em todos. O que me envergonha é tratar com hipocrisia aqueles que são caros à Cristo.

Suportar não é tratar com hipocrisia. Suportar, para mim, é amar de uma forma tão delicada e sensível, que se não formos fortes o suficiente na fé, estaremos prejudicando alguém por pura vaidade e capricho.




23 de junho de 2012

Batendo à porta da Morte!

Estava fuçando a net e achei essa reportagem!

Depoimentos de brasileiros que se inscreveram na clínica especializada em morte

ÉPOCA ouviu quatro dos dez brasileiros que contribuem com a Dignitas, organização suíça que cobra cerca de R$ 15 mil para fazer suicídio assistido. Eles aceitaram contar por que decidiram encomendar a própria morte
FELIPE PONTES

"Há quatro anos, eu estava andando na rua quando desmaiei, caí e quebrei uma costela. Investigando a causa daquele desmaio, descobri que tenho ateromatose, uma doença degenerativa que entope minhas artérias carótidas e aorta. Isso prejudica o fluxo de sangue e oxigênio para meu cérebro, provocando desmaios e a morte de células nervosas. A ateromatose é imprevisível. Posso ter um derrame, dentro de um mês ou 15 anos, e perder a consciência de quem sou para sempre. Logo que fui diagnosticada, me inscrevi na Dignitas. Eu conhecia e admirava o trabalho do americano Jack Kevorkian, o Dr. Morte, que auxiliava seus pacientes terminais a morrer. Fiquei aliviada ao descobrir uma organização capaz de fazer isso, mesmo que eu tivesse de viajar até a Suíça. Não sei se usarei o serviço algum dia, mas é um conforto ter essa opção. Tenho duas filhas maravilhosas. Uma é mais emotiva e não gosta de tocar no assunto. Mas nenhuma das duas se opõe à minha decisão. Caso eu tenha algum problema grave, com sequelas, elas sabem onde encontrar uma pasta com declarações escritas sobre o meu desejo de cometer suicídio assistido e ser cremada.
Antes, eu era muito ativa. Hoje em dia, tudo é devagar por causa dessa doença. Tenho sono o tempo todo. Sinto dor para engolir. Às vezes, não consigo me equilibrar. Sei que há uma cirurgia para tratar da ateromatose. Mas é um risco. De dois conhecidos que fizeram, um morreu durante a operação e outro ficou com sequelas graves. Como qualquer outra pessoa, adoraria morrer dormindo, de enfarte, daqueles fulminantes. Mas nada me garante esse destino, e eu tenho pavor de perder o controle do meu cérebro. Sei bem como é acompanhar alguém que sofreu disso. Antes de morrer, minha mãe passou três anos delirando num leito de hospital, sem reconhecer pessoas e falar coisa com coisa. Foi terrível. Proibi minhas filhas de a visitarem. As duas tinham que guardar somente lembranças boas da avó, que não parecia mais um ser humano. Quero livrar as minhas filhas dessa dor. Para mim, a morte é o final feliz. Você e seu sofrimento não existem mais. As pessoas próximas ficam tristes, passam por um período de luto e depois sentem saudade.
Frequento médicos e faço exames regularmente. Não deixei de fumar um maço de cigarros por dia. Não há muito o que fazer nesse estágio da vida. Daqui pra frente, o que vier é lucro. Já deixei tudo pronto para elas. Não tenho mania de morte. Sou bem-humorada. Faço um esforço danado para realizar tudo o que ainda posso. Ultimamente, ando atarefada com a reforma do meu apartamento. Não entendo quando alguém sonha viver até os cem anos e não imagina a qualidade de vida e limitações que teria nesta idade. Experimentei muito mais do que várias pessoas de 90 anos. Não fiquei na janela olhando a vida. Aproveitei minha juventude, peguei muito sol, viajei pelo mundo, namorei, casei, me divorciei e trabalhei duro. Não me sinto uma suicida. Jamais pularia da janela. Cada um de nós é diferente e tem a suas crenças. O que serve para mim pode não servir a mais ninguém. Respeito isso. Não sou dona da verdade. Mas SOU DONA DA MINHA VIDA." (caixa alta minha)

"Até agora não tive nenhuma doença grave. Cadastrei-me no serviço da Dignitas para apoiar a causa. Não tenho medo de comentar abertamente minha visão sobre suicídio assistido. Cada um tem direito de decidir a respeito da própria vida. Meus irmãos me entendem e apoiam. Já meus pais nem gostam de ouvir. Posso entendê-los. Não é natural perder o próprio filho. Só não quero que me vejam como louco. Se eu tivesse uma doença crônica ou problema físico incurável, certamente usaria o serviço. A clínica faz algo nobre ao oferecer essa oportunidade para quem está sofrendo. Mas eu espero, de verdade, não precisar usar o serviço."


"Na escola, eu lutava judô e era a atleta da sala. Depois, me formei em Educação Física e pratiquei todo tipo de esporte. Malhava e corria diariamente, pegava onda quase todo fim de semana e participei de maratona. Tudo acabou há três anos. Dei um mergulho no mar, de um lugar alto, não vi que a água estava rasa e caí de cabeça num banco de areia. Quebrei uma vértebra na coluna cervical e fiquei tetraplégica. Desde então, só consigo mexer a cabeça.

A lesão não tem cura. Passei meses fazendo um tratamento experimental, nos Estados Unidos, e não melhorei. Centenas de médicos testam novos métodos e técnicas de cirurgias pelo mundo, cobram caro e não oferecem resultados. Conheço muita gente que viajou, pagou e se frustrou. Por isso, não me arriscaria a fazer uma cirurgia que pode não dar resultado. E o risco de que eu falo não é risco de vida ou financeiro, é o risco de me decepcionar. Fiquei muito tempo achando que as coisas iriam melhorar e acontecer. Pesquisei muito o assunto e sei que a perspectiva não é boa. Há muita esperança em células-tronco, mas nada palpável até agora. Um cientista brasileiro, Miguel Nicolelis, quer usar a robótica para fazer um tetraplégico dar o pontapé inicial na Copa de 2014. Isso não me anima, não quero usar um exoesqueleto e sair na rua igual ao Robocop. Quero restaurar a função ativa da minha musculatura. Eu faço fisioterapia, a única coisa que posso fazer. De segunda à sexta, participo de sessões para não deixar meus músculos atrofiarem e vou ao psicólogo e psiquiatra, uma vez cada. Eu não sou uma pessoa depressiva ou bipolar, nunca tive tendência para isso. Tento viver minha vida, saio bastante com meus amigos e família. Estou trabalhando numa empresa, onde uso um computador e telefone com adaptações, mas tudo é difícil. Ainda mais quando vejo a vida das pessoas andando e a minha, parada.
Eu não consigo nem comer e escovar os dentes por conta própria. É muito penoso, passivo. Como posso esperar viver uma vida plena e longa se sempre estarei dependendo de alguém? É impossível, inviável e intolerável. Eu tinha uma vida plena até o dia do meu acidente. É fácil me dizer que devo tocar a vida. Não. Eu posso desejar uma qualidade de vida que eu não tenho e não sou obrigada a aceitar aquilo. É difícil para quem está de fora entender. As pessoas são egoístas, só pensam no quanto elas vão sofrer se você for embora. Não conseguem ter ideia do seu sofrimento. Gostaria que a minha decisão fosse respeitada. Eu entrei em contato com a Dignitas há um ano e meio. Fiquei aliviada em descobrir que lá não é um açougue. Eles se importam, querem saber o que você sente. Com a Dignitas, passei a ter uma alternativa, uma saída. Senti uma paz impressionante ao me cadastrar lá.
Eu sei que não vou envelhecer assim. O suicídio é uma coisa que vai acontecer na minha vida e eu espero que não demore. É algo que precisa ser bem trabalhado em família, porque eu não quero que eles sofram com isso. Principalmente meus pais, ainda mais minha mãe, que me carregou no ventre. É muito complicado. Queria organizar uma reunião familiar com um psicólogo para discutir a situação. Não quero fazer nada em desarmonia, não é justo. Eu tive a sorte e oportunidade de ir atrás de tudo possível para melhorar, e mesmo assim não tenho perspectiva. É por isso que vou até a Suíça."

"O suicídio marcou minha infância. Quando eu era pequeno, um primo mais velho tentou se matar com um tiro no peito e não conseguiu. Eu acompanhei suas sessões diárias de fisioterapia no hospital, por meses, sem perguntar nada. Até hoje não sei qual foi seu motivo. Eu simplesmente ficava olhando para seu rosto, curioso para saber o motivo daquela atitude. Eu achava o suicídio uma coisa medonha, mas tinha certo fascínio. Minha visão a respeito do tema melhorou ao passo que envelheci e amadureci. Comecei a entender que existem vários tipos de suicídio e suicidas. Ano passado, vi uma reportagem na televisão e fiquei impressionado com o depoimento de um membro da Dignitas. Ele havia sido diagnosticado com uma doença grave que não tinha ainda manifestado os sintomas. Mesmo assim, estava indo para a clínica morrer. Fiquei impressionado com a convicção da pessoa e me inscrevi na clínica na mesma hora.
O suicídio não precisa ser uma coisa trágica. Pode ser calmo, bem pensado e com dignidade. No meu caso seria mais fácil tomar uma decisão dessas, já que não tenho filhos nem esposa. Já fui religioso, hoje sou ateu. Eu não tenho problema algum de saúde, nunca desejei me matar e nem teria coragem de pular de um prédio ou dar um tiro no peito. Adoro viver. Mas, se a vida em algum momento se tornar um fardo para mim, ela não terá mais sentido e eu vou procurar uma forma digna e decente de morrer. As pessoas não fazem seguro de vida? Vejo a Dignitas como um seguro de morte."


Veja este Link também:

A reportagem original aqui

14 de junho de 2012

Olhe para mim! Sou linda!!

"Ser ou não ser! Eis a questão" essa é a pergunta mais conhecida e feita ao longo da história da humanidade - pertence a William Shakespeare, citado em Hamlet.

Os anticonsumistas citam: "É melhor ser do que ter". Concordo! Mas ser o que? Tem tanta gente que é o que não é, concordam?

O memorável astro pop (falecido) já não era quem era no início do sucesso. A rainha do pop também não é mais. A juventude foi-se (e para ele a vida) e ficaram-se as plásticas. Como diz a canção da rainha dos baixinhos é tanto "estica e puxa" que ninguém mais sabe quem é quem.

Gostamos do bonito, é agradável de olhar.

Mas outra coisa que está na moda é ser o que não é, filosoficamente.
As frases retuitadas ou compartilhadas no Facebook mostram uma maturidade da parte de todos que eu fico pensando que Jesus pode voltar hoje pois todos foram evangelizados. Tem crente beberão e crente periguete mas tudo certo, certo?

Ou seja, é tudo uma mentira sem tamanho! Queremos o bem da natureza mas não separa-se o lixo da forma correta em casa; não é plantada uma horta caseira ou é feito reaproveitamento de nada. Somente na natureza "nada se perde tudo se transforma", conosco a história é outra.

Somos o que não mostramos.

Eu estava escolhendo um texto bíblico para levar para os adolescentes e invoquei que tinha que falar sobre um, procurei na bíblia onde estava a passagem que me veio na lembrança (sim, eu não sei a Bíblia de cor e não me envergonho disso) e achei em Mateus 21: 18-20.

Jesus havia chegado na populosa Jerusalém acompanhado dos seus discípulos. Houve uma festa grande com a Sua chegada: gente cantando e tudo mais. Porém, alegria para uns, prejuízos para outros: Ele aproveitou e fez uma limpeza no templo da cidade maravilhosa que voou e saltou bicho e gente para todo o lado - imagino que Ele não foi buscar votos para sua "candidatura" de Messias. Logo após a faxina Ele fez curas naquele templo.
No dia seguinte, quando Jesus voltava de Betânia com a rapaziada, viu no caminho uma figueira com lindas folhas! Quando Ele chegou perto, viu que não tinha frutos e amaldiçoou-a dizendo: Nunca mais nasça frutos de ti! .. e figueira secou.

Que dó! Que dó! Que dó!

Conversando em sala de aula com um professor (na época que eu ia pra faculdade e quando eu estava na aula) ele contou que leu (não lembro onde) que a dita árvore "enganou" os transeuntes. Se uma figueira tem folha, logo tem frutos. Aquela figueira estava tirando uma com a cara das pessoas que por ali passavam, pois por mais bonita que fosse, não havia frutos nela.

Tem gente que é assim na igreja, mermão!
Tem gente que posta coisinha de crente no face, twitter, orkut ou parecido com isso e acha que evangelizando!
Tem gente que passa a vida dentro de uma igreja e é pior que a figueira, pois nem folha nasce. Gente que só vive de aparência e boas palavras e nenhuma prática.

Frutos!!! Uma palavra chave para uma vida cristã é FRUTOS! Somos frutos de alguém que nos evangelizou. Eu sou fruto de Mario Angelo Pfutzenreuter (quer ele goste ou não rs).
Eu pergunto: quem nós tocamos? Quem nós semeamos? Atingimos o coração de alguém? E não nos vangloriemos por fazer a semeadura, isso é obra de Deus.

Não podemos viver só de aparência, é o "ser" errado!

Deus está olhando para o nosso coração, e o que Ele encontra é frutífero ou só folhagem?

Para dar frutos é preciso estar ligado em Cristo, ser imitador dEle. Imitar sim, fingir não!









(a imagem acima é da árvore Nimloth, de Númeror - que mais tarde Isuldir trouxe o fruto e veio a ser a Árvore Branca de Minas Tirith)


31 de maio de 2012

..e a Tua vontade

Tenho algumas Bíblias para Crianças. Gosto de olhá-las às vezes, passar os olhos pelas gravuras e lembrar de como era bom meu tempo de criança. Uso elas também para procurar temas ou explicações para cultos ou textos para o blog. Desta vez eu estava procurando algo para levar para o grupo e adolescentes (os dois posts anteriores foram estudos feitos para eles). Ao abrir o livro infantil eu vi a figura de Paulo e Silas sendo presos e decidi fazer o estudo sobre esse tema. Orei, pensei, orei de novo, pensei em desistir e procurar outra coisa mas daí resolvi mantê-lo; e deu nisso:

A prisão de Paulo e Silas acontece na segunda viagem missionária de Paulo. Ele já tinha dado "adeus" à Barnabé e torcido o nariz para João Marcos (que mais tarde cai nas graças do apóstolo marrento)e se juntado com Silas. Paulo já tinha conhecido Timóteo e o circuncidado (judeuzada era fogo!); teve uma visão em Trôade para ir à Macedônia e Lídia foi convertida.

A história que quero contar está em Atos 16: 19-34.

Foi em Filipos, cidade da Macedônia, atualmente conhecida por Europa (,prazer)que Paulo encontrou uma moça adivinhadora que era serva de um grego que não ficou nada contente com o apóstolo por tê-la exorcizado. E lá foi Paulo e Silas aos pretores (magistrado romano) dar explicações. Os belos olhos dos apóstolos e seus argumentos não convenceram os pretores e ambos foram levados ao cárcere e foram açoitados em um tronco.

Depois de açoitados e ainda amarrados resolveram cantar:

"Lêrê, lêre, lêre-lêre-lêre..."

Mentira, cantaram louvores a Deus - não se sabe se for para pedirem libertação ou somente o puro e simples louvor sincero, mas o fato é:

"Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; e abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos" v.25-26

Se um de nós estivesse preso injustamente (ou não) e víssemos que as algemas não estavam em nosso corpo e as portas abertas, talvez, em 99% dos casos, a fuga seria a primeira e mais sensata opção. Os cristãos diriam que foi providência divina para aquela injustiça e escapariam. Outros diriam que o Cosmos está a sua favor e libertando-os. Cada um pensa como lhe cabe!

Na história de Atos 16 ninguém se mexeu, talvez, pelo susto ou algum outro fator que não está mencionado por ser irrelevante no relato.
O carcereiro tirou a própria espada e iria matar-se quando Paulo disse em voz alta:

"Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos!"

A punição para o carcereiro que perdesse um preso era a morte, o de Paulo queria adiantar a sua. Porém, Paulo o impediu.

Pequenas atitudes podem trazer grandes resultados.

O carcereiro foi até os dois apóstolos e perguntou como poderia ser salvo! E Paulo falou o que estamos carecas de saber:

"Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa" e foram batizados.

O carcereiro lavou as feridas de todos e com aquela mesma água foi batizado.

Paulo e Silas foram soltos (não é mencionado o período do cárcere) e foram até a casa do carcereiro e todos aceitaram Cristo como Senhor e Salvador e foram batizados.


Atos 16: 19-34 me lembrou da vontade de Deus. Quantas vezes pedimos que Deus faça sua vontade e como pouco a praticamos. Estamos mais para passar o cálice adiante do que tomá-lo para si. Somos fracos e hipócritas! Achamos, em algum momento, que a vontade de Deus está ligado ao conforto e alegria. Veja só quanto conforto e alegria Paulo e Silas tiveram naquela prisão.

A vontade de Deus, pelo o que entendi lendo a passagem da prisão dos apóstolos, é trazer aqueles que estão afastados dEle para perto dEle. Se for diferente, por favor, me discipulem novamente porque eu achei que o "Ide e fazei discípulos" era verdade!

Paulo e Silas poderiam ter fugido e pronto: DANE-SE O CARCEREIRO! ELE MALTRATOU HOMENS DE DEUS! DEVE PAGAR POR ISSO! ..
Paulo fez a vontade de Deus (fazer discípulos); ficou na prisão e permitiu que toda a família do seu carrasco experimentasse a liberdade em Cristo.

Fazer a vontade de Deus! Estamos fazendo isso direito?

Até a próxima!

23 de maio de 2012

..Foi uma delícia..

Alguns livros que leio me trazem vontades inusitadas.
Certo dia, enquanto lia Dom Quixote de La Mancha v.2, vi Sancho fazer um humilde piquenique regado a pão, queijo e vinho. Levantei da rede e fui até a cozinha preparar um pão quente, tamanha foi a vontade inspirada por escudeiro fiel do Cavaleiro da Triste Figura.

Antes de Sancho, no verão de 2009, eu estava deitada no chão lendo As Crônicas de Nárnia: O Cavalo e Seu Menino, quando a cena da refeição do cavalo me deu fome: aveia! Levantei, fui até o mercado próximo a minha casa e comprei uma lata de Neston. E até hoje, quando como esse prato digo: Huumm me deu vontade de cavalo!

E é sobre Nárnia que quero falar - mas deixando de lado minha vontade de cavalo. O engraçado é que enquanto eu lia Nárnia, minha mãe comentou com minhas irmãs: Eu não dou mais bola; se ela estiver chorando ou rindo: é por causa do livro!
E minha leitura de Nárnia foi regada a lágrimas e risos (e Neston).
Eu iniciei a leitura quando terminei o terceiro ano de Teologia; e durante a leitura pensei: porque não ensinar teologia de uma forma tão gostosa como CS Lewis estava ensinando!!? Sim, o autor escreveu um tratado teológico maravilhoso de uma forma muito doce e gostosa: feito para criança entender!
Lembro que um professor me deu uma advertência antes de eu iniciara leitura: é infantil. Ele fez isso pelo fato de saber que eu curto (e muito) os livros do amigo do CS Lewis, Tolkien e sua obra O Senhor dos Anéis!
E é o pueril que encanta em Nárnia; a simplicidade em algo tão complexo.

Em muitos trechos, Nárnia me fez refletir sobre minha vida de fé: eis o motivo das lágrimas e dos risos.
Quero registrar um dos trechos, que infelizmente o cinema em sua arte não pode ser fiel, que me deixou emocionada.

A cena é vivida em A Viagem do Peregrino da Alvorada, quando o chatinho do Eustáquio se transformou em dragão. Então, ele encontra Aslan e narra esse encontro à Edmundo. Leiam:

"Levou-me por um caminho muito comprido, para o interior das montanhas. E o halo sempre lá envolvendo-o. Finalmente chegamos ao alto de uma montanha que eu nunca vira antes, no cimo da qual havia um jardim. No meio do jardim havia uma nascente de água. Vi que era uma nascente porque a água brotava do fundo, mas era muito maior do que a maioria das nascentes - parecia um grande piscina redonda, para a qual se descia em degraus de mármore. Nunca tinha visto água tão clara e achei que se banhasse ali talvez passasse a dor na pata. Mas o leão me disse para tirar a roupa primeiro. Para dizer a verdade, não sei se falou em voz alta ou não. Ia responder que não tinha roupa, quando me lembrei que os dragões são, de certo modo, parecidos com as serpentes, e estas largam a pele. "Sem dúvida alguma é que ele quer", pensei.
Assim, comecei a esfregar-me, e as escamas começaram a cair de todos os lados. Raspei ainda mais fundo e, em vez de caírem as escamas, começou a cair a pele toda, inteirinha, como depois de uma doença ou como a casca de uma banana. Num minuto, ou dois, fiquei sem pele. Comecei a descer à fonte para o banho. Quando ia enfiando os pés na água, vi que estavam rugosos e cheios de escamas como antes. "Está bem", pensei, "estou vendo que tenho outra camada debaixo da primeira e também tenho que tirá-la". Esfreguei-me de novo no chão e mais uma vez a pele se deslocou e saiu; deixei-a então a lado da outra e desci de novo para o banho. E aí aconteceu exatamente a mesma coisa. Pensava: "Deus do céu! Quantas peles terei de despir?" Como estava louco para molhar a pata, esfreguei-me pela terceira vez e tirei uma terceira pele. Mas ao olhar-me na água vi que estava na mesma. Então o leão disse (mas não sei se falou): "Eu tiro a sua pele". Tinha muito medo daquelas garras, mas, ao mesmo tempo, estava louco para ver-me livre daquilo. A primeira unhada que me deu foi tão funda que julguei ter me atingido o coração. E quando começou a tirar-me a pele senti a pior dor da minha vida. A única coisa que me fazia aguentar era o prazer de sentir que me tirava a pele. É como quem tira um espinho de um lugar dolorido. Dói pra valer, mas é bom ver o espinho sair.
- Estou entendendo - disse Edmundo.
- Tirou-em aquela coisa horrível, como eu achava que tinha feito das outras vezes, e lá estava ela sobre a relva, muito mais dura e escura do que as outras. E ali estava eu também, macio e delicado como um frango depenado e muito menor do que antes. Nessa altura agarrou-me - não gostei muitos, pois estava todo sensível sem a pele - e atirou-me dentro da água. A princípio ardeu muito, mas em seguida foi uma delícia. Quando comecei a nadar, reparei que a dor do braço havia desaparecido completamente. Compreendi a razão. Tinha voltado a ser gente. Você vai achar um cretino se disser o que senti quando vi os meus braços. Não mais musculosos do que os de Caspian, eu sei que não são muito musculosos, nem se podem comparar com os de Caspian, mas morri de alegria ao vê-lo. Depois de certo tempo, o leão me tirou da água e vestiu-me". LEWIS, CS. As Crônicas de Nárnia de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada. Ed. Martins Fontes, SP, 2009, p. 451,452.

Olha o que entendi:

Existe no ser humano uma vontade enorme em se dar bem. E, faz parte de uma parcela da humanidade, querer buscar tudo, exatamente tudo, pelas próprias mãos. Isso inclui a salvação da alma.
Doações de alimento, roupa, trabalho voluntário de qualquer tipo para "comprar" seu pedacinho no céu.
Ou, fazer obras sem fim dentro e fora da igreja (sem amor) para convalidar a salvação.
E então eu cito as palavras de Salomão: E tudo é vaidade e correr atrás do vento!

A história de Eustáquio é semelhante a conversão cristã. Lewis pensou nisso também.
Não somos nós que buscamos a Deus, Ele vem ao nosso encontro (Lucas 19:10).
A salvação é uma via de duas mãos: Deus não irá fazer tudo sozinho por nós, é necessário querer! Eustáquio quis. Primeiro, ele tentou sozinho e foi inútil. Depois, Aslam chegou perto dele e ele sentiu que Aslam poderia fazer isso por ele, se Eustáquio quisesse.
Tentamos, de mil maneiras - consciente e inconsciente - usarmos nossos próprios meios para obter a vida eterna.
A história de Eustáquio também lembrou o retorno do filho pródigo (Lucas 15: 11 - 32): Ele se arrependeu e o pai não o recusou. O filho confessou seu pecado e foi aceito pelo pai com alegria, festa, aliança e roupa nova!

Mas eu digo: vida eterna todos teremos - uns a terão o sofrimento eterno, outros amor genuíno eternamente.
É muito comum ouvirmos alguém dizer quando alguém morre: Esse foi bom, vai para céu! (menos o Saramago - rs). Sempre achamos que todos devem ir para o céu: Kurt Cobain, Elvis Presley, Dercy Gonçalves, Chico Anysio, o bêbado da esquina, a prostituta do bairro, o pai ausente, o cara que vai todo domingo para a igreja, a senhora da OASE, o líder de jovens. Eu realmente não ponho minha mão no fogo por ninguém porque não conheço a vida espiritual delas - eu conheço a minha.
Um professor de teologia um dia contou que teremos três surpresas ao chegar no céu: A primeira será "Nossa! Ele veio!"; a segunda será "Nossa! Aquele não veio!" e a terceira será "Nossa! Eu vim!".

Não existe outro meio de chegar à salvação senão através de Cristo. Ele é o caminho, não existe atalho para a reconciliação com Deus. O homem fora do amor do Criador está morto. Jesus disse em João 14:6 "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Podemos tentar fazer de um jeito diferente, mas na verdade somente Cristo pode nos dar aquilo que nos falta, o essencial para nos religarmos ao Pai.

Quando Eustáquio permitiu que Aslam o tocasse, houve uma dor - que segundo ele foi boa pois aliviou outra dor maior que ele não conseguiu se livrar - o Leão o levou para o banho que ele tanto ansiava.
É precioso crer e ser batizado. Eu vi essa cena dessa forma. Crer é permitir que Deus nos toque com a garra do Leão e tire de nós a morte que nos separa de Deus; e o batismo é atestado de fé da conversão.

Eustáquio chegou na última festa realizada por Aslan. Ele entrou no estábulo que levava à Nova Nárnia! E você, quer entrar nesse estábulo e viver uma vida de alegria eterna?

9 de maio de 2012

"...cuida e não deixa ninguém entrar"

Eu sou apaixonada por séries de televisão. Se eu gostar mais acabo me tornando uma pessoa sem convívio social (hehe)!
Tem séries que eu não deixo de assistir: Supernatural, Grimm, The Big Bang Theory, Two and a Half Men; sem contar que tenho algumas minisséries também: Orgulho e Preconceito (Jane Austen), Norte e Sul (Elizabeth Gaskell), Jane Eyre (Charlotte Brönte) - que eu assisto repetidamente!
E, por mais que curta assistí-las, e mesmo que saiba que elas têm um "pé" com a realidade, eu não acredito que elas sejam verdadeiras. Eu não acredito que Supernatural é a expressão do verdadeiro mundo sobrenatural. Eu sei que a série Grimm não é a verdadeira história dos irmãos Grimm etc. É uma distração, e não um modo de vida!

Já que citei Grimm, quero contar uma história famosa dos irmãos: A Branca de Neve.
Curiosidade: uma amiga me contou que os irmãos Jacob e Wilhelm eram luteranos. Gente boa! :)

A história: Certa rainha grávida, durante o inverno, bordava enquanto grossos flocos de neve caíam. Ao bordar, picou o seu dedo com a agulha e viu três pingos de sangue caírem na neve alva e desejou que sua filha tivesse a pele branca como a neve, fosse corada como o sangue e tivesse cabelos negros como o ébano.
E seu desejo se realizou, e sua filhinha se chamou Branca de Neve.
Infelizmente, a rainha faleceu quando sua filha ainda era muito pequena. Seu pai casou-se novamente (homens!) com uma jovem mulher muito vaidosa. A nova rainha tinha um espelho mágico que consultava sempre que lhe desse vontade:

"Diga-me espelho, sê verdadeiro
Entre todas no reino, aqui e além,
Existe mais bela? Revela-me quem".

A resposta sempre alegrava a vaidosa rainha: ela era a mais bela de todos os reinos.
Porém, a rainha não contava que uma rival crescia em seu meio; e aos sete anos idade, despontando em beleza, Branca de Neve tornou-se suprema em formosura!

Foi aí que a rainha ordenou que seu criado matasse a infante. Como sabemos, o criado não exterminou com a vida da jovem, mas abandonou-a em meio a floresta e à sua própria sorte.

A menina andou por vários lugares até encontrar uma pequena casa onde habitavam sete anões. Ao chegar ela comeu, bebeu e escolheu uma cama para dormir.
Os anões, ao verem seus bens usufruídos, indagaram-se sobre quem havia feito aquilo! A resposta estava dormindo na cama de um deles.

A menina contou-lhes a sua história e os anões a alertaram:

"A rainha logo descobrirá onde estás, portanto cuida e não deixa ninguém entrar".

Lá estava rainha defronte seu espelho mágico quando ouviu a resposta que lhe trouxe ódio ao coração:

"És bela, rainha, encantadora por demais;
Porém, além das montanhas, à sombra da verde floresta,
Com sete anões, em morada modesta,
Lá se esconde Branca de Neve, e esta
É mais bela que tu, rainha, muito mais"

A raivosa rainha disfarçou-se de velha vendedora e foi bater na porta da distraída enteada.

Branca de Neve achou a velhinha simpática e deixou que ela entrasse na casa dos anões. Vendedora com era, logo quis trocar a fita do espartilho da jovem, e o apertou tanto que a menina perdeu o fôlego. A megera foi voltou ao castelo feliz por deixar a enteada sem vida no chão da humilde casa.
Porém, sua alegria durou pouco. O seu espelho voltou a repedir a infame afirmação que Branca de Neve ainda era muito mais bela do que ela.
Os anões chegaram a tempo de desfazer o feitiço da madrasta, e a menina voltou a respirar suavemente. Alertaram-na, novamente para não permitir que ninguém penetrasse na casa.
Como os jovens são imprudentes, hein! Lá veio a velha vendendo uma linda tiara. Branca de Neve não resistiu e colocou-a na cabeça. Assim que o fez, desmaiou! A rainha foi embora, os anões retornaram mais cedo e a menina foi reanimada.
A rainha estava com um ódio tão grande, que daria sua própria vida para matar Branca de Neve.
Voltou à casa! E mesmo que a jovem não permitisse sua entrada, ela ofereceu uma deliciosa maçã (que não engorda! rs)para a enteada. Aquela maçã brilhava na mão da velha que deixou Branca de Neve com vontade de comê-la! Porém, lembrou-se do conselho dos anões e não quis aceitar! Foi aí que a rainha desferiu seu golpe, dizendo que também morderia a maçã, para provar que não lhe faria nenhum mal! A maçã estava com uma metade envenenada e a outra sã. Adivinha qual metade a megera mordeu?

E Branca de Neve caiu feito morta! A rainha voltou ao castelo e os anões não conseguiram acudir sua bela hóspede!
Por continuar tão linda, corada e com aspecto vivo, eles não enterraram a menina - construíram um ataúde de vidro e montavam guarda ao redor da desfalecida.

Depois de muito tempo, adivinha quem passou? Um príncipe! Sim.. e ele viu aquela moça tão linda que se apaixonou por ela e a quis levar para seu reino. Os anões relutaram, porém, convencidos do amor que o rapaz tinha pela moça, permitiram que ele a levasse. Ao erguer a jovem de seu belo sepulcro, o pedaço da maçã que ficou na boca dela caiu, ela voltou à vida e casou-se com o príncipe e foi viver com ele no seu castelo!

E a rainha? Quando soube, adoeceu e morreu!

FIM!

O que mais chamou minha atenção nesta história foi o aconselhamento dos anões! Insistiram três vezes (nas minhas contas) para que a menina tivesse prudência para não cair nas garras da rainha má!
Lembrei das cartas de Paulo, e lembrei de Timóteo.
O jovem Timóteo recebeu uma ordem de Paulo - seu pai na fé: não permitir que outras doutrinas fossem ensinadas além daquela que o apóstolo ensinou.
Na primeira carta a Timóteo 1: 1-5 Paulo pediu que o rapaz não permitisse que "fábulas ou genealogias intermináveis" tomassem o lugar do ensinamento passado por ele. O apóstolo falava sobre mentirinhas que querem tomar conta do coração do cristão. E sabemos quem é o pai da mentira.

Recordo de uma canção que aprendi no culto infantil:

Toc - toc - toc
Alguém me bate a porta!
Toc - toc - toc
Alguém deseja entrar?
É o mal querendo um lugarzinho!
NÃO! NÃO! NÃO! Você não pode entrar!

E a mentira, e as fábulas (não como esta que contei acima) querem vir de mansinho tomar conta da nossa vida. Querem trazer pequenas dúvidas, questionamentos que com falta de prudência permitimos entrar - era só um lugarzinho que já tomou todo o espaço!

Quantas mentirinhas os jovens ouvem hoje em dia: o amor é algo genérico, ser "de igreja" é ser careta, todo mundo vai para o céu, Deus é bom (é mesmo, eu não duvido, mas também é justo), você é jovem demais - espere para ficar velho e ir para a igreja etc

Você e eu não temos Paulo no nosso cangote dizendo para pregar sobre o verdadeiro evangelho; mas nós temos o evangelho em mãos! Vamos ser como os anões e não desistir de falar, avisar - e mesmo quando acharmos que tudo está perdido, vamos guardar nossos queridos porque ainda há esperança antes da morte!

Não podemos ser ingênuos e achar que em tudo há malícia; mas não podemos ser imprudentes permitindo que as mentiras daquele pai minem a fé em Cristo!

Para tanto, uma vida de fé real, firme, calçada na verdade de Cristo (o amor) deve ser cultivada!

Comece o dia com uma Canção..


Orgulho (Em Nome do Amor)
Pride (In the Name of Love) - U2


Um homem veio em nome do amor
Um homem veio e foi
Um homem veio aqui para justificar
Um homem para subverter

Em nome do amor
O que mais em nome do amor?
Em nome do amor
O que mais em nome do amor?

Um homem foi pego numa cerca de arame farpado
Um homem que resiste
Um homem lavado numa praia vazia
Um homem traído com um beijo

Em nome do amor
O que mais em nome do amor?
Em nome do amor
O que mais em nome do amor?

Manhã cedo, 4 de Abril
Tiros zumbem nos céus de Memphis
Livre ao final, eles pegaram a sua vida
Eles não poderiam pegar o seu orgulho

Em nome do amor
O que mais em nome do amor?
Em nome do amor
O que mais em nome do amor?

Em nome do amor
O que mais em nome do amor?
Em nome do amor
O que mais em nome do amor?