13 de outubro de 2011

Túrin Turambar

Túrin é filho de Morwen e Húrin (senhor de Dór-Lomin e amigo de Turgon, rei de Nargothrong), da raça dos homens, descendente de Bëor, o Velho.
Túrin nasceu pouco antes da Guerra das Lágrimas Incontáveis (Nirnaeth Arnoediad) que seu pai e seu tio Huor participaram. Enquanto seu tio teve a sorte de morrer na batalha, seu pai, Húrin, foi levado cativo à Angband e mantido vivo para ver a desgraça de sua casa.

Com o fim da Guerra, Morwen enviou Túrin para Doriath (casa do rei Thingol, outrara chama-se Elwë) para ficar sob a proteção do Rei élfico e sua esposa, Melian, a Maia.

Thingol o adotou como filho, e os cuidados que teve com Túrin eram muito especiais. Porém, Túrin sentia saudades da mãe e da irmã, Nienor, que ficaram em Dór-Lomin. Juntou-se com Beleg Arco-Forte e foram guerrear nas fronteiras das terras de Dór-Lomin por três anos; quando voltaram, Saeros chamou as mulheres de Hithum (de onde a família de Túrin viera) de selvagens. Bastou para que Túrin o pegasse em uma emboscada, deixando-o despido e amendrontado que o pobre Saeros se jogou nú de um penhasco.

Mesmo com o perdão real concedido por Melian e Thingol, Túrin se negou a voltar ao Palácio Élfico de Menegroth, vagando como proscrito durante muito tempo, sendo líder de vagabundos que encontrava no ermo. Nem mesmo Beleg, a quem considerava como irmão, conseguiu persudiadí-lo a voltar para Doriath.

A história de Túrin é muito triste daí em diante: sua mãe se perdeu no ermo atrás dele, sua irmã fugiu atrás dela e foi enfeitiçada por Glaurung, o Lagarto de Angband, esquecendo quem era. Casou-se com Túrin sem saber que era seu irmão, tiveram um filho. Seu amigo, Beleg, participou do triste destino de caminhar ao seu lado.

E tudo o que ocorreu, ao meu ver, teve um ponto de apoio para acontecer. Não foi Morgoth, nem Glaurung a ruína de Túrin. Sua ruína foi seu orgulho, que não permitiu que ele voltasse para casa depois do perdão de Thingol e Melian; desta forma ele não encontrou sua mãe e irmã quando elas chegaram a Doriath. Seu orgulho não permitiu que ele voltasse em seus atos mais funestos para estar ao lado das pessoas que amava.

E seu fim foi premidato.

Túrin culpou seu destino e decidiu chamar-se Turambar, que significa Senhor do Destino, querendo segurá-lo a sua forma, ignorando as consequências.

O orgulho. Um veneno que corrói o mais bem intensionado.

Dias atrás eu sonhei que estava no púlpito pregando João 9: 8-11. É a história do cego de nascença que foi curado por Cristo.

E quando em mim precisa ser curado! E quanto orgulho eu preciso lançar fora. Como é necessário abrir os olhos para ver a vida e as pessoas do ponto de vista de Deus.

A história de Túrin é uma bela triste história sobre um homem que achou que seria senhor do seu destino. É a história de um jovem que deixou-se cegar em seu orgulho.

27 de setembro de 2011

O Silmarillion

Eu sou completamente apaixonada por esse livro! Foi difícil (primeira leitura) "ele" me convercer; mas agora eu sou louca por "ele". Quando eu leio esse texto, não é só da história de Abraão e Isaque que vem a minha mente, mas é o amor e misericórdia de Deus conosco. Ilúvatar não permitiu que Aulë destruísse a criação (os Anões mas ñ tirou a responsabilidade de Aulë de cuidar e zelar por aquilo que criou e também se receber as consequências pelo seu ato. Deus age assim conosco, ao meu ver: permite que façamos algo "escondido" dEle; mas no Seu amor, Ele nos "encarrega" de vivermos conforme nossa escolha - não permitindo que sejamos mimados, mas que sejamos moldados para ser sábios em nossas escolhas futuras. Deixo um dos vários trechos que gosto "De Aulë e Yavanna", Ósculos e Amplexos, Adelita

"Dizem que no início os anões foram feitos por Aulë na escuridão da Terra-média. Pois, tão grande era o desejo de Aulë pela vinda dos Filhos, para ter aprendizes a quem ensinar suas habilidades e seus conhecimentos, que não se dispôs a aguardar a realização dos desígnios de Ilúvatar. E Aulë criou os anões, exatamente como ainda são, porque as formas dos Filhos que estavam por vir não estavam nítidas em sua mente e, como o poder de Melkor ainda dominasse a Terra, desejou que eles fossem fortes e obstinados. Temendo, porém, que os outros Valar pudessem condenar sua obra, trabalhou em segredo e fez em primeiro lugar os Sete Pais dos Anões num palácio sob as montanhas na Terra-média. Ora, Ilúvatar soube o que estava sendo feito e, no exato momento em que o trabalho de Aulë se completava, e Aulë estava satisfeito e começava a ensinar aos anões a língua que inventara para eles, Ilúvatar dirigiu-lhe a palavra; e Aulë ouviu sua voz e emudeceu. E a voz de Ilúvatar lhe disse: - Por que fizeste isso? Por que tentaste algo que sabes estar fora de teu poder e de tua autoridade? Pois tens de mim como dom apenas tua própria existência e nada mais. E, portanto, as criaturas de tua mão e de tua mente poderão viver apenas através dessa existência, movendo-se quando tu pensares em movê-las e ficando ociosas se teu pensamento estiver voltado para outra coisa. É esse teu desejo? - Não desejei tamanha ascendência – respondeu Aulë. - Desejei seres diferentes de mim, que eu pudesse amar e ensinar, para que também eles percebessem a beleza de Eä, que tu fizeste surgir. Pois me pareceu que há muito espaço em Arda para vários seres que poderiam nele deleitar-se; e, no entanto, em sua maior parte ela ainda está vazia e muda. E, na minha impaciência, cometi essa loucura. Contudo, à vontade de fazer coisas está em meu coração porque eu mesmo fui feito por ti. E a criança de pouco entendimento, que graceja com os atos de seu pai, pode estar fazendo isso sem nenhuma intenção de zombaria, apenas por ser filho dele. E agora, o que posso fazer para que não te zangues comigo para sempre? Como um filho ao pai, ofereço-te essas criaturas, obra das mãos que criaste. Faze com elas o que quiseres. Mas não seria melhor eu mesmo destruir o produto de minha presunção? E Aulë apanhou um enorme martelo para esmagar os anões, e chorou. Mas Ilúvatar apiedou-se de Aulë e de seu desejo, em virtude de sua humildade. E os anões se encolheram diante do martelo e sentiram medo, baixaram a cabeça e imploraram clemência. E a voz de Ilúvatar disse a Aulë: - Tua oferta aceitei enquanto ela estava sendo feita Não percebes que essas criaturas têm agora vida própria e falam com suas próprias vozes? Não fosse assim, e elas não teriam procurado fugir ao golpe nem a nenhum comando de tua vontade. Largou, então, Aulë o martelo e, feliz, agradeceu a Ilúvatar, dizendo. - Que Eru abençoe meu trabalho e o corrija. Ilúvatar voltou a falar, entretanto, e disse: - Exatamente como dei existência aos pensamentos dos Ainur no início do Mundo, agora adotei teu desejo e lhe atribuí um lugar no Mundo; mas de nenhum outro modo corrigirei tua obra; e, como tu a fizeste, assim ela será. Contudo não tolerarei o seguinte: que esses seres cheguem antes dos Primogênitos de meus desígnios, nem que tua impaciência seja premiada. Eles agora deverão dormir na escuridão debaixo da pedra, e não se apresentarão enquanto os Primogênitos não tiverem surgido sobre a Terra; e até essa ocasião tu e eles esperareis, por longa que seja a demora. Mas quando chegar a hora, eu os despertarei, e eles serão como filhos teus; e muitas vezes haverá discórdia entre os teus e os meus, os filhos de minha adoção e os filhos de minha escolha. Então Aulë pegou os Sete Pais dos Anões e os levou para descansar em locais bem afastados; voltou em seguida a Valinor e esperou os longos anos transcorrerem". O Silmarillion, Ed. Martins Fontes, p.39-41

6 de setembro de 2011

desabafo


Desde que eu me lembro, eu gosto de escrever.

Desde criança eu já escrivia nas paredes da minha casa (terror para minha mãe). Depois, aprendi a escrever em diários - e ainda escrevo, mas com uma frequencia menor.
Aprendi a usar fotologs, blogs, site de relacionamento - de tudo um pouco que a net dispõe.

Olhando para este blog, fico pensando em que imagem constroem sobre mim. Uma amiga me disse que eu escrevo sempre parecendo revoltada (hahaha).
Eu já escrevi sobre tanta coisa. Olho para trás e me arrependo de algumas e outras tenho orgulho.

Escrever é mostrar a si mesmo. Ficar nua na frente de todos os leitores - se você for um escritor sincero.

Fica-se a merce dos outros - eles podem elogiar ou detonar sua idéia, mas ainda sinto vontade de escrever.

Não sei se um dia vou parar, mas enquanto puder, seja da forma de for, minha marca será registrada em letras, meus sentimentos estarão fisicamente retratados para quem os quiser ler. Não vou agradar a todos, mas quem consegue?

A regra é clara...


Eu já trabalhei em um lugar onde haviam 8 mulheres. E agora, trabalho em um lugar onde sou a única mulher entre 8 homens. Com essa experiência quero dizer que não há diferença: todos são seres humanos e gostam de fofoca. Vi as meninas falando entre si (mal) do trabalho de outras. Em cinco anos vejo a mesma cena entre os meninos com quem trabalho.

Hoje, enquanto fazia uma lista de assinatura para limpeza do banheiro (masculino, óbvio - eu sou absolvida - graças a Deus - dessa lametável tarefa) eu refleti sobre o quanto somos gamados em regras.

Havia sido acordado entre os rapazes que nas quartas-feiras e nas sextas-feiras é obrigatório a limpeza do banheiro - foi preciso separar os dias para cada turno.
Agora é preciso fazer uma lista para que eles dividam a dentro de cada turno. Seria tão mais simples e harmonioso apenas limpar o banheiro. Só limpar.

Existe esse senso de justiça falhado em nós que tira a harmonia em qualquer lugar, entre quaisquer sexos. Se eu faço, precisa haver algo que obrigue o outro a fazer.

A minha denominação é vista como uma igreja sem regras. Não impomos vestuário, nem dias da semana fixo para louvar, podemos comer de tudo, podemos tomar vinho sem culpa e por aí vai.

Desde pequena eu sei que, como cristã luterana, eu devo obediência. Aprendi isso nos cultos infantis com minhas tias de cultinho. Continuei crescendo neste aprendizado na minha adolescência através dos grupos de jovens que frequentei e, também, aprendi buscando por minha própria iniciativa.
E como ser humana, errei aqui e ali - e ainda erro.

O que eu vejo entre os meninos que trabalham comigo é que, se como comunidade cristã (geral) soubéssemos viver em sincera obediência aos dois mandamentos de Deus (Mateus 22:37-40), todas as listas seriam desnecessárias.

30 de agosto de 2011

Muita calma nessa Hora


Recebi esta história por email. Achei interessante. Tirem suas próprias conclusões. Abraços.


O HOMEM QUE NÃO SE IRRITAVA

Em uma cidade interiorana havia um homem que não se irritava e não discutia com ninguém. Sempre encontrava saída cordial, não feria a ninguém, nem se aborrecia com as pessoas. Morava em modesta pensão, onde era admirado e querido.
Para testá-lo, um dia seus companheiros combinaram levá-lo à irritação e à discussão numa determinada noite em que o levariam a um jantar. Trataram todos os detalhes com a garçonete que seria a responsável por atender a mesa reservada para a ocasião. Assim que iniciou o jantar, como entrada foi servida uma saborosa sopa, que o homem gostava muito.
A garçonete chegou próxima a ele, pela esquerda, e ele, prontamente, levou seu prato para aquele lado, a fim de facilitar a tarefa. Mas ela serviu todos os demais e, quando chegou a vez dele, foi embora para outra mesa.
Ele esperou calmamente e em silêncio, que ela voltasse. Quando ela se aproximou outra vez, agora pela direita, para recolher o prato, ele levou outra vez seu prato na direção da jovem, que novamente se distanciou, ignorando-o.
Após servir todos os demais, passou rente a ele, acintosamente, com a sopeira fumegante, exalando saboroso aroma, como quem havia concluído a tarefa e retornou à cozinha.
Naquele momento não se ouvia qualquer ruído. Todos observavam discretamente, para ver sua reação.
Educadamente ele chamou a garçonete, que se voltou, fingindo impaciência e lhe disse: - O que o senhor deseja?
Ao que ele respondeu, naturalmente: a senhora não me serviu a sopa. 
Novamente ela retrucou, para provocá-lo, desmentindo-o: 
- Servi sim senhor!

Ele olhou para ela, olhou para o prato vazio e limpo e ficou pensativo por alguns segundos... Todos pensaram que ele iria brigar... Suspense e silêncio total. Mas o homem surpreendeu a todos, ponderando tranqüilamente:
 - A senhorita serviu sim, mas eu aceito um pouco mais!
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MORAL DA ESTÓRIA
Bom seria se todas as pessoas agissem sempre com discernimento em vez de reagir com irritação e impensadamente.
Ao protagonista da nossa singela estória, não importava quem estava com a razão, e sim evitar as discussões desgastantes e improdutivas.
Quem age assim, sai ganhando sempre, pois não se desgasta com emoções que podem provocar sérios problemas de saúde ou acabar em desgraça.
Muitas brigas surgem motivadas por pouca coisa, por coisas tão sem sentido, mas que se avolumam e se inflamam com o calor da discussão.
Isso porque algumas pessoas têm a tola pretensão de não levar desaforo para casa, mas acabam o levando para a prisão, para o hospital ou para o cemitério...
Por isso a importância de aprender a arte de não se irritar, de deixar por menos ou encontrar uma saída inteligente como fez o homem no restaurante.



"NÃO TE APRESSES EM IRAR-TE, PORQUE A IRA SE ABRIGA NO ÍNTIMO DOS
INSENSATOS." ECLESIASTES 7:9 DAS SAGRADAS ESCRITURAS “A pessoa que se
irrita aspira ao tóxico que exterioriza em volta, e envenena-se a si
mesma..”

26 de agosto de 2011

Vanitas Vanitatum et Omnia Vanitas


Um dos traços mais marcantes do meu caráter (ao meu ver) é a minha ansiedade! Sorte de quem não a tem!

Por causa dela eu engordo ou emagreço, eu tenho espinhas, eu mudo meu humor como dá água para o vinho. Essa semana eu passei em frente a uma loja perto de onde trabalho e vi na vitrine um vestido lindo! Foi paixão a primeira vista! Fiz mil planos para aquele vestido, desde a festa de Fim de Ano até o do meu aniversário. Imaginei que acessórios usaria: anéis, colares, pulseiras, brincos; que calçado seria mais apropriado e tudo mais.
Eu não preciso daquele vestido, mas EU QUERO ele para mim. Tenho outros vestidos no meu guarda roupas mas parece que todos eles, antes belíssimos, não se comparam àquele vestido da vitrine!
Estou respirando fundo para não comprá-lo. E ajuda o fato de terem trocado o layout da vitrine.

Ontem, quando fiz meu devocional, eu li Eclesiastes 2: 1 - 11. O versículo 11 diz:


E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol.


Eu não tenha nada contra adquirirmos bens (fúteis ou não), mas muitas vezes estamos tão preocupados com essas coisas que esquecemos de relaxar. Este não é um post novo, mas algumas coisas precisam sempre ser relembradas!

24 de agosto de 2011

Leitura que faz Crescer


"Se Gondor, Boromir, tem sido uma torre robusta, nós tivemos outra função. Existem muitas coisas más que nossas muralhas fortes e espadas brilhantes não aguentam. Você sabe pouco sobre as terras além de suas fronteiras. Paz e liberdade, você diz? O Norte mal saberia o que são essas coisas se não fosse por nós. O medo destruiria todos. Mas quando os seres escuros vêm das colinas desabitadas, ou se esgueiram por florestas sm sol, fogem de nós. Que estradas qualquer um ousaria pisar, que segurança havia nos lugares pacíficos, ou nas casas dos homens simples à noite, se os dúnedain estivessem dormindo, ou tivessem todos ido para o túmulo? Mesmo assim, recebemos menos agradecimentos que vocês. Os viajantes nos desprezam, e os homens do campo nos dão nomes pejorativos. Sou 'Passolargo' para um homem gordo que vive num lugar a apenas um dia de marcha de inimigos que congelariam seu coração, ou deixariam sua pequena cidade em ruínas, se não fosse guardado continuamente. Mesmo assim, não aceitaríamos outro tipo de vida. Se as pessoas estão livres do medo e da preocupação, é porque são simples, e devemos mantê-las assim em segredo. Essa tem sido a tarefa de meu povo, enquanto os anos vão se alongando e o capim crescendo".

O Senhor dos Anéis - O conselho de Elrond - p. 257/8

Cara.. eu nem vou dizer um "a" a mais. Está bem claro nas palavras de Aragorn. ;)

Obs.: adoro essa cena, no Pônei Saltitante! ;P

12 de agosto de 2011

História para Crianças ?


"Naquele exato momento os lobos invadiram as clareira uivando. De repente, havia centenas de olhos fixado sobre eles [Dori e Bilbo]. Mesmo assim, Dori não abandonou Bilbo. Esperou que ele se desprendesse de seus ombros e subisse na árvore, e depois ele mesmo saltou para os galhos. Por um triz! Um lobo tentou abocanhar sua capa no momento em que subia, e quase conseguiu. Em um minuto já havia um bando inteiro ganindo em volta da árvore e saltando contra o tronco, os olhos flamejantes e línguas à mostra". TOLKIEN, J.R.R., O HOBBIT, p. 100,3ª ed. São Paulo - WMF Martins Fontes,2009.


Esta é uma parte das aventuras de Bilbo Bolseiro, que vivia uma vida despreocupada no Condado dos Hobbits antes do mago Gandalf lhe colocar nelas.
Comparado ao livro O Senhor dos Anéis (do mesmo autor), O Hobbit parece mais um livro para crianças. Mas não se engane, não é.

Eu li um livro neste ano que analiza a os contos de fadas: Era uma Vez, de Adriana Rezende. E neste estudo a autora mostra que os contos eram direcionados para os adultos, e não somente para as crianças. O fato de usar duendes, fadas etc, fez desta literatura algo direcionado às crianças. E unindo estes elementos alegóricos às produções contemporâneas o resultado foi separar esta literatura para somente o uso aplicado às crianças.

O erro está em pensar que histórias direcionadas à crianças não são boa literatura para adultos. Livros bons ensinam muito bem para as crianças sobre moralidade (tão pouco divulgada na atualidade - vide o mundo ao redor). E quantos valores são perdidos ao longo do caminho por nós?
Esta atitude de Dorin, meu personagem escolhido mostra que precisamos aprender muito sobre amizade, compaixão, descencia, bravura, lealdade etc.

Pare um pouco de ler livros "de gente grande" e vá ler livros "infantis". ;)

29 de julho de 2011

Muito prazer, meu nome é Otário


"(...) peixe fora da água, borboletas no aquário" - essa é uma parte da letra "Dom Quixote" da banda/grupo (nunca sei como Humberto Gessinger denominada os) Engenheiros do Hawaii.


Eu gostava da música mesmo antes de ler o livro. E, agora conhecendo o livro não só de ouvir falar mas com conhecimento de causa, gosto muito mais da canção.

Dom Quixote é uma ótima reflexão sobre espiritualidade. Se você ler a contra-capa lá estará escrito que o protagonista caracteriza a espiritualidade e o Sancho Pança (o melhor escudeiro em toda a história da literatura) representa o lado materialista.

É sobre isso que quero falar.

Hoje a Gi esteve aqui em casa, e embarcamos em uma deliciosa conversa sobre a sua experiência de vinte dias no JV, onde ela trabalhou como QG de crianças e adolescentes.

E é nessa conversa que Dom Quixote entra.

O mundo que o de La Mancha vive é tão real como o nosso mundo, mas o protagonista maquiou este mundo conforme tudo o que ele leu sobre cavalaria andante (um mundo imaginário). E tudo ao redor deixou de ser o que era para ser o que ele queria que fosse.

Existem cristãos que fazem a mesma coisa. Maquiam o mundo ao seu redor do jeito que querem. No seu mundinho perfeito e mal-acabado não existem drogados, não existem prostitutas, homossexuais, alcóolatras... Eles vivem no Éden e as pessoas ao seu redor são exemplos de santidade. Não se misturam com ninguém que não seja do seu seleto grupo. E, se se misturam, tentam imprimir rótulos e fórmulas prontas para tudo e todos. Usam frases feitas e jargões. Não lêem nada que não esteja escrito "Jesus", "Deus" ou "Espirito Santo".

Ah, cristão Dom Quixote, não adianta fingir que bodegas são castelos.

Não adianta você dizer à uma prostituta "Jesus te ama" e esperar que ela dobre os joelhos e peça perdão pelos seus pecados. Conversão não é "abracadabra" então, não bata no peito e diga "eu tentei".

"O mundo anda tão complicado" já disse Renato Russo, "e hoje eu quero fazer tudo por você!" Existe um mundo inteiro esperando receber as boas novas do Evangelho. Existem drogados que precisam saber que há alguém, em carne e osso, que está disposto a ajudá-lo a carregar uma cruz - e que mesmo que ele venha a cair, estará por perto para ajudá-lo a levantar.

Então, cristão Dom Quixote, não se esconda atrás de uma espiritualidade fantasiada achando que tudo são castelos, princesas e moinhos.

"Muito prazer, me chamam de Otário" {Engenheiros do Hawaii, Dom Quixote}.

25 de julho de 2011

But I said 'no, no, no'


Fez tanto tempo que eu não entrava no meu blog, que tive que fuçar outros blogges para lembrar do meu endereço!


Mas não é sobre isso que quero falar.

Eu amo um livro que se chama "O Senhor dos Anéis" de J.R.R. Tolkien. Este livro foi adaptado para o cinema, e na cena que o mago Gandalf, o Branco chega na cidade da Árvore Branca, ele avisa aos cidadãos do ataque de Sauron. Um dos soldados diz para o Mago: "O Regente sabia que este dia chegaria. Ele previu isso!". E Gandalf respondeu: "Previu, e não fez nada!".

Foi esta cena que veio na minha lembrança quando disseram que a morte de Amy Winehouse era uma "morte prevista".

E alguém quererá achar um culpado: a Igreja vai culpar Satanás, a sociedade vai culpar o governo, e também culparão a própria Amy.

O que eu quero dizer com esse post é que antes de culparmos alguém por seus pecados, antes de condenarmos alguém ao Inferno, antes de declararmos que essa pessoa morreu, faça algo a respeito.

Eu fiquei triste com a morte de Amy Winehouse. Eu acredito na parábola do filho perdido. Eu acredito que há cura! Há vida! Há Transformação!

Eu estou de luto! 

14 de maio de 2011

não se esqueça...


Ontem, no meu devocional, eu li Deuteronomio 24: 17-22.

Naquela época, a educação era oral: nada de livros, cartilha ou algum tipo de registro. O conhecimento era passado da forma que as fofoqueiras adoram: de boca em boca. Mas, ao contrário das fofocas, a história de um povo deveria ser contada de forma exímia para que a identidade do povo não se perdesse ao longo dos anos.
O povo hebreu tinha uma história para contar no Egito, vou chamá-la de Parte 1 e Parte 2.
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Na Parte 1 os hebreus foram morar no Egito por causa de José, filho de Jacó, que foi vendido para os egipcios por causa do ciúmes dos irmãos. O que aconteceu foi que anos depois o vendido resolveu acolher toda a sua família nas ricas terras do Egito, sob a proteção do Faraó.

A Parte 2 é de um período que o povo hebreu estava feliz da vida no Egito e com suas abundâncias que se esqueceram de Deus. Esquecido por seu povo, Deus deixou a coisa rolar. O atual Faraó olhou para os hebreus com receio: eram um povo numeroso e se resolvessem se rebelar poderiam tirar os próprios egipcios de sua terra ou escravizá-los. Mas os hebreus foram lerdinhos e não perceberam isso, logo, foram escravizados: toda a bem-aventurança foi perdida, e agora tinham que ralar para se manterem vivos.

Como todo ser humano, na hora do aperto se clama pelo Divino. E foi o que fizeram, mas não sem antes sentirem na pele o que era ser escravo.
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E em Dt. 24: 17-20 Deus estava lembrando a história dos hebreus: lembrando-os que eram escravos na terra do Egito, tudo isso para lembrarem que deveriam ajudar o estrangeiro, o órfão e a viúva que viviam em seu meio.

É fácil esquecermos da dor quando estamos em situação de conforto. E outra coisa, é que estes que estavam sendo lembrados da escravidão não haviam participado dela, mas a tradição oral era tão marcante que os ouvintes sentiam como se eles próprios tivessem vivido aquilo que lhes era contado.

Se você encontrar alguém passando por um momento de dor, ou que esteja separado do amor de Deus ainda, não o trate com indiferença ou ignorância: não esqueça quem você foi antes de Cristo. Quanto tempo seus amigos e familiares oraram por você. Não deixe ninguém para trás, pois Cristo sempre está nos buscando todos os dias.