9 de junho de 2013

Boas ideias... possíveis tragédias?

E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz; toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.


Eu sou uma pessoa ansiosa. Gostaria de negar essa afirmativa, porém, para os poucos leitores deste blog, é impossível mentir.

Eu gostaria de dizer que sou apenas ansiosa, mas, além de ansiosa, tenho boas ideias que podem justificar minha ansiedade e falta de paciência em esperar. Exatamente como Sarai o fez. 

Não condeno Sarai, sou simpatizante com sua intensão de fazer algo em relação a outro. Você julgaria Sarai? Eu, não! Eu senti as necessidades dela, os anseios que a situação lhe dava. Não estou justificando Sarai ou a eximindo da "bagunça" que provocou. Estou tentando mostrar uma Sarai humana. 

Ok, senhor centrado, talvez eu precise explicar como eu e Sarai funcionamos. 
Não é falta de fé, é excesso de boas ideias. 

Eu espero. Porém, eu não esqueço o que estou esperando. E, enquanto espero, eu penso. Vejo a situação por ângulos plausíveis, por vias concebíveis à minha situação. Quem está envolvido? Quem será envolvido? Será "ilegal" perante a lei dos homens? 

Não condene Sarai! Ela olhou em volta e viu sua sociedade, seu status, sua própria condição. Tudo o que fez lhe foi possível e legal. 
Ela era avançada em idade = não poderia gerar filhos.
Ela era pautada por um costume = oferecer uma serva ao seu marido para gerar filhos para ele.
Ela enxergou uma oportunidade.

Ela foi humana! 

Diga-me, você nunca, como diz o ditado, trocou os pés pelas mãos? Diga-me se nunca se sentiu frustrado (a) por perceber, pouco tempo depois, que todo o seu cálculo, medida e circunstância foi em vão.

Se eu aprovo o que Sarai fez? Não! Mas eu conheço a história. Eu reli incontáveis vezes o triste fim deste episódio. Eu fui ensinada a esperar e a confiar. Eu vi, na maioria das vezes, Sarai ser condenada por pessoas que erraram como ela e usaram a mesma "fórmula" que ela usou.

Mas você já se colocou no lugar dela? Você viveu a vida dela e se viu "sem saída"? Ela fez o que fez baseada em um costume que lhe dava respaldo. Condene-a! Diga que lhe faltou fé e deixe-me perguntar-lhe: a sua nunca falhou? Você nunca tropeçou? Seu erro foi "menor"? Seu pecado foi "brando"?