22 de julho de 2009

Profetadas


Dias atrás eu estava conversando com um dos meus colegas de trabalho. O assunto inicial era a sua ida à igreja com a esposa. Conversa vai, conversa vem, ele comentou que o palestrante da noite disse ao público: NÓS SOMOS PROFETAS!

Não quis entrar em discussão sobre a frase dita pelo palestrante, apenas fiz uma breve citação que deixou clara a minha opinião.
Desde aquele dia eu venho "matutando" sobre o que seria um profeta de verdade. Será que somos profetas mesmos?
O livro de Carlos Mesters (Deus, onde estás?), no capítulo que fala sobre os profetas, ele menciona que, para início de conversa, o profeta sabia que não falava palavras dele, mas era um instrumento de Deus para falar ao povo. E, então, veio uma cena em memória: das pessoas que ouvi dizer "profetiza que esse carro será seu" -"profetiza que essa casa será sua" - "profetiza que esse emprego será seu". Lembro de uma brincadeira que fiz com meu pastor no Dia das Mães. O argumento para ele não me cumprimentar pelo Dia das Mães era porque eu não sou mãe. Então eu disse: "Profetiza isso na minha vida, Pastor". Ele encerrou a conversa com uma risada marota.
Voltando aos profetas. Fiquei pensando nos profetas da Bíblia que já estudei ou li.
Em uma das aulas de Antigo Testamento, sobre os Profetas Menores, estudamos sobre o profeta Joel que profetizou nú em Israel. Ainda comentei com meu professor: Tem profeta que casa com prostituta, outro é preso, outro é tido como bêbado pela multidão e esse anda nú por aí.. se minha sabe que estou lendo a Bíblia ela vai brigar comigo! haha Mas pense no que estes homens passaram para profetizar para o povo de Deus. E o que os profetas de hoje fazem? Enquanto profetas como Joel andavam nú (na verdade, era uma roupa que ficava justa ao corpo), atualmente há quem procure vestir-se bem para causar impressão. Enquanto Jeremias era preso por falar o que Deus lhe dizia, hoje há poucos que falam sobre a que os profetas pregavam: ARREPENDIMENTO! CONVERSÃO! MUDANÇA DE ATITUDE!... Há quem ainda olhe para o mundo de hoje e vá contra as barbaridades que estão acontecendo dentro das igrejas?
Será que conseguiremos ser desprezados, como o profeta Micaías foi, a ponto de ser indejado por falar contra o rei!
Na minha opinião, profeta não fala para si, não diz o que todos querem ouvir, mas o que precisam ouvir. E, ouso dizer, que nem todos são chamados para serem profetas.
Ser profeta não é falar a sua opinião sobre algum assunto. Ser profeta não é chamar para si bens materiais. Atualmente, muitos querem chamar para si glamour e deixam de lado (e dessa forma, diminuem) a importância do verdadeiro profeta.

20 de julho de 2009

Professor, Pai e Amigo


Quando um novo semestre inicia na faculdade, tenho o hábito de ir até a secretaria para saber quem serão meus professores.
No terceiro semestre eu perguntei para a secretária: Quem é esse Egon? Ele é legal?
Ela me respondeu afirmativamente e ainda disse: Vocês vão gostar das aulas com ele.
Eu a respondi: Tomara que seja bom mesmo, pois terei três matérias com ele.

E eu descobri que a secretária estava errada: ele não era legal, ele é maravilhoso.
Ele conseguiu deixar o Grego interessante aos meus olhos. Suas aulas de Teologia do Novo Testamento são ensinos que não esquecerei - Pedro na praia ainda é meu preferido.

E todas as aulas foram encantadoras.
Eu aprendi com as suas certezas e dúvidas. Seus questionamentos me fizeram subir alguns degraus em conhecimento.

Ele cativou a todos na sala. Era impossível encontrá-lo pelos corredores e não querer lhe cumprimentar com um beijo e um abraço.


O tenho como meu segundo pai. Meu segundo paizinho.


Pai, quero que saiba que sua vida ajudou essa filha torta a olhar o mundo com outra perspectiva. E que a saudade que sinto no peito, desde já, é tão grande que transborda pelos olhos.
Sentirei sua falta pelos corredores, na sala de aula e no "extra-classe" (churrascos, pizzas,...); mas do fundo do meu coração desejo que o senhor tenha muito sucesso nesta nova etapa. Que Deus continue abençoando ao senhor e sua amada família. Que nunca lhes faltem bênçãos para contar.

De sua filha que lhe ama muito e nunca lhe esquecerá,
Adelita

14 de julho de 2009

Reflexão


Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim. —João 15:26


Uma mulher comprou um vidro de óleo de fígado de bacalhau para dar ao seu cachorro, para que o pêlo ficasse mais sadio e brilhante. Todas as manhãs, ela forçava os maxilares do cão e colocava o líquido garganta abaixo. O cão lutava, mas ela persistia. Ela pensava: ele não sabe o que é bom para ele! Repetia fielmente o processo todos os dias.
Entretanto, num determinado dia, o frasco escorregou e ela descuidou-se do cachorro por apenas um momento, para limpar a sujeira que caíra. O cachorro cheirou o líquido de peixe e começou a lamber o que ela havia derramado. Na realidade, ele gostava deste óleo de fígado de bacalhau, só não queria ser forçado a tomá-lo!
Algumas vezes, usamos um método semelhante ao falar sobre Cristo a outras pessoas. Nós os “agarramos pelo colarinho” e os forçamos a nos ouvir, é o tipo do intenso confronto cara a cara. Embora nosso desejo sincero seja compartilhar o Evangelho podemos afastar as pessoas. Com nossa tentativa sincera mas demasiadamente entusiasta criamos resistência.
Fomos chamados para compartilhar as boas novas, mas não somos responsáveis se as pessoas aceitam ou rejeitam a Cristo. Não é nossa tarefa convencer alguém do seu pecado. É responsabilidade do Espírito Santo (João 16:8).
Ao falar aos outros sobre o sacrifício de Cristo, seja sensível. Saiba quando ir mais devagar e deixe que Deus e Sua Palavra os convençam a dele se aproximar. —CHK


O Espírito Santo convence para que Cristo possa purificar

5 de julho de 2009

O frágil e poderoso Michael Jackson [por Pe. Zezinho]


Falar de mídia sem falar deles seria omissão. Falar deles na mídia, sem falar de limites seria ingenuidade. Brancos ou negros, são nomes que marcaram época, alguns desde a infância. Judy Garland, Frank Sinatra, Marilyn Monroe, Elvis Presley, Os Beatles, Madonna e Michael Jackson ganharam fortunas com a beleza, a voz, com a cintura e com os pés. Deixaram o seu recado. E pagaram um alto preço pelo caminho que trilharam.


Mas os críticos são unânimes em dizer que Michael Jackson na era digital de altíssima tecnologia, foi o mais expressivo e o mais revolucionário de todos. Tornou a música visual, mas do que Elvis que a tornou corporal. Todos foram rebeldes, todos deixaram suas marcas, e alguns deles tiveram vidas e mortes trágicas. Não seria exagero dizer que a fama os matou. É preciso ter força interior e um projeto de vida maior do que a fama e a mídia para derrotá-las. Mídia e fama são como tsunamis. Avolumam-se e engolem quem não sabe dos limites ou das margens. Não tem para onde fugir.


Michael Jackson foi mais uma das vítimas da falta de limites e margens da mídia. No palco, ele foi poderoso. Buscava o melhor e o bem feito. Profissionalíssimo, era um perfeccionista. Não havia erros. Nas finanças e na mídia, imbatível até que o dia em que começaram a lhe cobrar o preço de sua não conformidade com seja lá o crime de que o acusam. A justiça diz não ter achado provas.


Forte na arte, na vida era de uma fragilidade que dava dó. Quando morreu, a 25 de junho, com o médico ao lado, supostamente de overdose de remédio, tinha dominado, como nenhum outro astro jamais o fizera, as técnicas da mídia. Daqui a vinte anos ele ainda soará inovador e criativo. Ninguém melhor do que ele conjugou o sonoro com o visual. O menino punido pelo pai, pressionado até à exaustão para ser perfeito tornou-se um dos maiores artistas de toda a historia humana. Teve os instrumentos e fez uso deles. Chegou a quase 2 bilhões de pessoas.

Cantor e dançarino de vastos recursos, ele mudou a mensagem do corpo e recriou a dança popular. Mereceu o título de artista pop. Mercadejou e mercantilizou bem. Fez o mundo dançar. Encarnou a festa do corpo e do som. E ele sabia disso! Dominava os passos, o som e os ritmos, mas parecia não ter domínio sobre sua corporeidade: não se aceitava, embora usasse o corpo de maneira esplendida. Mexeu com ele e com o corpo de bilhões de pessoas, mas acabou, também, mexendo demais no próprio corpo. Tanto interferiu que o deformou. Na época do botox e do silicone, sirva de exemplo o que se deu com ele. Mas é conselho que o desespero pela estética mais do que a busca da ética não será seguido. Não importam as conseqüências. Quem persegue o corpo perfeito acabará injetando substâncias químicas nele. O preço? Pagam o que for preciso para por alguns anos desfilarem como reis e rainhas da era da estética... Michael Jackson disse que tinha motivos. Respeitemos sua angústia, mas lembremos aos que acham ter motivos que, mais cedo ou mais tarde, o corpo reage.

Dele se pode afirmar que, se soube atuar com o corpo, não soube situar-se com ele. Festejou a vida, mas não soube vive-la. Quis dela mais do que a vida pode dar. Era figura altamente controvertida. Processado, tido como vitima inocente, às vezes visto como monstro, julgado à revelia pela mídia que antes o exaltara, inocentado, explorado, perdeu parte da sua enorme fortuna para resolver seus gigantescos problemas.

Michael Jackson é mais uma das grandes vitimas dos barbitúricos, da solidão, da fama e da bilionária indústria do espetáculo. A fama é um trem e quem quiser carona no vagão especial, que pague o preço! E quando mais perto da locomotiva estiver o vagão, mais caro o preço. Mas o desejo de ser aplaudido é tanto que poucos se dão conta da fatura que terão que pagar. Serve para crentes e para não crentes. Lembremo-nos de Marilyn Monroe, de Elvis Presley e Michael Jackson, mas lembremo-nos também de Jim Jones e da Freirinha do Dominique-nique-nique... Elvis era evangélico, Michael tornou-se muçulmano, Jim Jones fundou uma Igreja messiânico-pentecostal e se matou depois de envenenar 800 do seus fiéis. A Irmã Sorriso deixou o claustro para morrer suicida ao lado de sua companheira. Em algum lugar do caminho a religião parece não ter ajudado nem a um nem a outro.


Celebridade nem sempre rima com felicidade! Vem tudo com juros extorsivos. Ele tornou-se um ícone e ícones acabam guardados a sete chaves. As chaves que o isolaram do mundo foram muito mais do que sete; e tão cheias de segredos impenetráveis eram que acabaram por jogá-lo numa redoma. Cantou muito, dançou muito e quase nada falou. Morreu sem ter se explicado a si mesmo e ao mundo.

Deus o entende. Que o maior artista dos últimos tempos e, talvez, de todos os tempos pela repercussão que alcançou, descanse em paz, depois de ter sido ouvido e visto por dois em cada 6 seres humanos do planeta. Ele e Elvis Presley e Marilyn Monroe, têm muito a conversar lá, onde agora estão. Morreram de overdose. Não estavam felizes. Tinham tudo, mas não tinham a si mesmos. Jesus alertou para isso. De que adianta alguém ganhar o mundo inteiro se perde a sua identidade? (Mt 16, 26).


Neste mundo eles interpretaram o povo, a mídia e as aspirações e loucuras do seu tempo, mas, depois que caíram nas mãos da implacável indústria do espetáculo, papel assinado, não tiveram mais como ser eles mesmos. Havia uma voz, uma canção, um charme e um corpo a ser vendido... Há um tipo de mídia que mata, a curto e em longo prazo. Se o cantor não sabe quando parar a mídia também não sabe: suga-o até à ultima gota. Michael Jackson virou, desde criança, produto de consumo!Se ele quis isso, nunca saberemos. Só sabemos que foi levado a isso e não soube dizer não. Feliz de quem o consegue. A palavra é “limite”.


EVER M.J.