26 de outubro de 2014

Felizes ?

Eu estava lendo um devocional tempos atrás e me deparei com uma leitura muitíssimo interessante: Final Feliz.

Você já imaginou o seu final feliz?

Bom, se eu pudesse escolher o meu, seria mais ou menos como o final daquela velhinha do filme Titanic: morrer em uma cama quentinha, sem sofrimento, rodeada de fotos que mostram o quanto minha vida foi boa e que fiz tudo o que quis.
Nesta minha estante de fotos eu teria, certamente, a foto da "Shakespeare & Co.", uma livraria na França que, um dia, pretendo visitar.
Gostaria de morrer de velhice. Nada de doença degenerativa, acidente fatal. Somente a boa e velha vida se esvaindo de um corpo cansado.

Minha mãe e eu temos o gosto pela leitura. Inicialmente, quando ela ainda não tinha seus livros, ela lia os meus. Mas ela não gosta, até hoje, de livros com finais tristes. Ela e uma irmã (que também gosta de literatura) não suportam a ideia de um livro com final triste. "De triste já basta a vida", elas dizem.

Quem não gosta de finais felizes, não é mesmo! Pois eu discordo desdes finais. Gosto da coisa "mais  realista possível" - e isso significa que nem sempre "tudo termina bem".

E talvez, quando uma história da vida real não sai "conforme a música", você se pergunte: mas porquê? 
Anônimo leitor, eu não sei você, mas eu não tenho - e nem quero ter pretensão de saber - todas as  resposta para todas as minhas indagações. E, então, lembro de um livro que é muito querido para mim, chamado "As Crônicas de Nárnia" que me lembra da cena de Aslan dizendo: "Eu estou contando a sua história e não a dela". Eu não sei porque as coisas acontecem desta forma na minha vida, e não pretendo explicar o porque dos outros. 

E, por falar em livros, eu estava fazendo meu devocional com a leitura de "Encontrando Deus em O Senhor dos Anéis" de Kurt Bruner e Jim Ware.  Cada capítulo tem exposto um trecho do livro "O Senhor dos Anéis" e, na leitura daquela noite, o trecho do livro de Tolkien era sobre uma conversa entre Sam e Frodo sobre o destino deles. Esta é a citação:

"Ouvimos sobre aqueles simplesmente continuaram - nem todos para chegar a um final feliz, veja bem; pelo menos não para chegar àquilo que as pessoas dentro de uma história, e não fora dela, chamam de final feliz" [Sam para Frodo - Livro IV, Capítulo 8]

Então, os autores, apontam duas histórias bíblicas que mostram finais interessantes. Eu escolhi uma delas. Fiquei com a leitura de Daniel 3: 13 - 25. 

Acredito que a história não precisa ser contada novamente, ela é bem "famosa"! 

Como estou falando em "final feliz" eu farei uma pergunta: E se o Anjo não estivesse lá? Se fosse somente fogo nesta fornalha, seria um final feliz? 

Ware e Brunner dizem o seguinte:

"Algumas de nossas histórias favoritas são baseadas na vida daqueles que aceitaram o chamado inesperado à aventura. Sua coragem diante do perigo, incerteza ou aflição inspira o nosso coração. E, muitas vezes, nossa parte favorita de sua história é uma cena que eles nunca teriam procurado de pronto.
José não queria ser jogado em um buraco por seus irmãos ciumentos. Nem gostou de ser vendido como escravo ou falsamente acusado e preso por Potifar. Esses e outros episódios fazem de seu papel algo que ninguém gostaria de desempenhar. No entanto, cada situação também tornou-se uma oportunidade para José cumprir um papel heróico no drama da fé. Ele criou coragem para confiar em um Deus que acreditava ser bom, a despeito da evidência contrária da tragédia pessoal. Após anos de injustiça e sofrimento, ele viu como os episódios da vida mais odiados pro ele foram aqueles mais importantes para a história que estava sendo contada".

E sobre os jovens da história de Daniel? Ware e Brunner dizem que "eles não tinham razão para esperar que Deus agisse desta forma. Afinal de contas, Deus não impedira que fossem deportados ou os resgatara do serviço forçado na corte de um tirano arrogante. Na verdade, gerações haviam se passado desde o último relato de milagre. Eles não tinham mais razão do que nós para esperar uma intervenção milagrosa". O que me chamou a atenção nesta história foi uma fala em particular: 

"E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste" [Dn. 3:18]

Isso é tão contra a besteira que pregam hoje em dia: dizendo que Deus é OBRIGADO a fazer isso e aquilo. Que vida frustada devem ter achando que guiam à Deus ao seu bel-prazer. A frase de um destes jovens é muito bem posta: "E, se não" ... se Deus não quiser salvá-los, ainda assim não servirão outro Deus. Outra coisa que é muito comum em nossas mentes: se sofremos é porque erramos. Era isso que os malfadados amigos de Jó criam. Conforto não é sinônimo de fé forte e provação/tentação não é sinal de fé fraca. Por favor, tiremos de nossas cabeças essa síndrome de Jó. 

Durante nossa caminhada teremos momentos de aflição - é impossível querer o contrário. Mas para cada momento feliz ou triste, temos à nosso favor, o Espírito Santo que nos ensina por qual caminho devemos seguir. Este é o Consolador enviado por Cristo para mostrar o caminho. Não tente colecionar sua vida de fé com alegrias ou tristezas - olhe para frente, para o alvo. Não podemos seguir na fé sozinhos. Não podemos seguir achando que teremos somente flores. Mas estejamos olhando para a vida de Cristo. Talvez, o final feliz que você sonha não seja aquele que Deus tem preparado para você ou para mim. Talvez o seu caminho e o meu não seja tão tranquilo como o caminho daqueles que estão ao nosso lado, mas lembre-se de Aslan: essa não é a sua história, é a deles. Não queiramos seguir por estradas alheias, mas por aquelas que estão destinadas à nossa felicidade.

E para finalizar, deixo mais uma mensagem de Ware e Brunner:

"Vivemos a vida neste mesmo palco. Contudo, Deus existe dentro e fora do palco, observando todo o espectro da criação da história de fora, de além e de cima. E é sua perspectiva da história, não a nossa, que define 'um final feliz'"

"Muitas vezes os episódios que menos desejamos são os mais importantes para a história que está sendo contada".



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